A Justiça do Rio mandou soltar nesta quinta-feira (2) Lucas José Dib, de 35 anos, suspeito de manter uma mulher em cárcere privado por 18 horas em seu apartamento em Botafogo, na Zona Sul do Rio. No local, ele teria ameaçado, torturado e estuprado a vítima várias vezes. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirma o estupro e agressões “por ação contundente”. Ele deixou o presídio de Benfica, na Zona Norte da capital, onde estava preso desde o dia 18 de abril. A decisão que garantiu a liberdade dele está sob segredo de justiça. O inquérito segue em andamento na 10ª DP (Botafogo).
Ele não poderá fazer contato com a vítima — virtual ou presencial; terá de comparecer em juízo mensalmente a fim de justificar suas atividades; além de entregar o passaporte e não se ausentar do estado do Rio por mais de 30 dias sem autorização, sob pena de voltar à prisão.
A vítima, de 31 anos, havia conhecido Lucas num aplicativo de relacionamento. Ela é natural de São Paulo e estava a passeio no Rio. Após um encontro em um bar da Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo, eles teriam ido a outros quatro estabelecimentos da região antes de irem para o apartamento de Lucas.
Lucas a convidou a subir ao apartamento dele, em um condomínio perto dali, na Rua Voluntários da Pátria. Às 2h, ela conta que o homem começou a apresentar um comportamento estranho, tendo-a enforcado e dito: “agora é a minha hora, e você não vai sair mais daqui!”.
A mulher afirma ter sofrido ameaças e violência sexual de todas as formas durante as 18 horas em que ficou presa no apartamento. Ela conseguiu escapar através da ajuda de amigos, que foram avisados pela mesma que iria a um encontro. Como havia compartilhado sua localização, um deles foi até o endereço e a resgatou.
Ela lamenta a soltura de Lucas, classificando-a como um retrocesso para todas as mulheres vítimas de estupro:
“Um dia muito triste pras mulheres que já passaram por esse tipo de violência tão brutal. Mas nós seguimos muito fortes, muito confiantes e acreditando na Justiça do nosso país e na Justiça a favor das mulheres, das vítimas desse tipo de crime…Temo por minha segurança e pela de todas as mulheres que já sofreram nas mãos desse agressor. Confio na Justiça, mas não posso deixar de expressar minha profunda preocupação com essa soltura provisória”, conclui.